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Uma viagem
por um
Portugal
inesquecível

Embarque numa viagem em 12 episódios pelos 739 km da Nacional 2, a estrada que atravessa o território e desafia à descoberta.

De Viseu a Tondela

Serra do Caramulo

Norte: Episódio #4

De Viseu a Tondela

Mais do que uma estrada, a Nacional 2 é um caminho de descoberta. Aceite o convite e desacelere. Se só chegou agora, não perca tempo e entre nesta viagem inesquecível na nossa companhia. Na quarta etapa desta rota, rumamos aos próximos destinos: Viseu e Tondela.


Publicado em 17 de Agosto de 2022 em 08:00 | Por Cofina Boost Content

km 172

Encanto histórico

Pelas ruas de Viseu conta-se uma história viva, desde os tempos medievais aos dias de hoje. Deixamos-lhe os pontos imperdíveis para fazer nesta viagem única.

Avançamos até aos tempos medievais quando, para proteger Viseu das invasões castelhanas, D. João I manda construir uma muralha defensiva à sua volta, a qual só terminou 70 anos mais tarde, com D. Afonso V. Desta Muralha Afonsina ainda restam duas das sete portas iniciais: a Porta do Soar e a Porta dos Cavaleiros com o famoso painel em azulejo.

Ao passear pela calçada antiga das ruas da cidade de Viseu, entramos na era dos Descobrimentos: os exemplares das Janelas Manuelinas existentes em edifícios do centro histórico prendem a nossa atenção, não só pela elegância como pela imponência. Os elementos marinhos, as cordas e as esferas armilares tão característicos do estilo manuelino resistem até aos dias de hoje.

Prosseguimos na nossa jornada de descoberta admirando alguns dos mais belos ex-líbris do património religioso nacional, como a Capela de São Sebastião ou a Igreja de São José. A majestosa Sé de Viseu ocupa lugar de destaque: nesta catedral, edificada no século XII e que sofreu várias alterações até ao século XVII, convivem vários estilos artísticos como o românico, o gótico e o barroco. Testemunha de guerras sangrentas, refúgio da população em fuga, este monumento é história viva. Ainda no Adro da Sé, considerado uma das mais bonitas praças portuguesas, deparamo-nos com outro ponto de visita obrigatória: a Igreja da Misericórdia com a monumental fachada de estilo rocaille.

E como não mergulhar no património cultural e artístico local? Desde a arte urbana que se espraia pelas fachadas da cidade até à arte sacra do Museu Tesouro da Sé que nos faz embarcar em mais de 900 anos de história. E o imperdível Museu Grão Vasco com obras únicas do pintor viseense Vasco Fernandes, um dos principais artistas do renascimento português, entre muitas outras peças representativas da história da arte nacional. Os amantes de pintura poderão admirar quadros de pintores renomados como Columbano Bordalo Pinheiro, José Malhoa, Alfredo Keil, Soares dos Reis ou Silva Porto. Durante a nossa permanência, não deixámos de visitar a casa onde nasceu e morreu o fadista Augusto Hilário, figura incontornável da música portuguesa, nomeadamente do fado de Coimbra.

Caminho da inovação

Mas nem só de monumentos vive esta cidade. Hoje, o segundo nome da cidade de Viseu é inovação e a prova chama-se Walk Viseu. A nova app do município, que localiza facilmente vários pontos de interesse, já está disponível para download e promete ser o nosso braço-direito para chegar a todos os recantos desta localidade. E se o telemóvel ou o tablet avariam durante este processo? No problem. A iServices consegue dar-lhes uma nova vida num ápice, para que nada lhe tire a tranquilidade durante a viagem. Ou não fosse Viseu a cidade da felicidade.

Tradicional gastronomia

Todos se sentem bem recebidos em terras de Viriato. Com uma gastronomia tipicamente beirã, rica e variada, aqui não se renega a tradição nem o encanto da rusticidade. Depois do périplo pela cidade, servimo-nos do melhor dos repastos: vitela na púcara, arroz de costelinhas e, para adoçar a boca, os divinais pastéis de feijão e os famosos viriatos. De barriga e alma cheias, é hora de carimbar o passaporte antes de seguir viagem em direção ao próximo destino.

km 199

Próxima paragem: um lugar cheio de surpresas

Tondela tem na beleza paisagística, nos testemunhos históricos, na gastronomia e na hospitalidade as joias da sua coroa.

Este concelho alarga-se sobre um planalto, abrange a parte da vertente oriental do Caramulo e, ultrapassando a serra, estende-se sobre as terras altas de São João do Monte, onde, em dias de calor, nos podemos refrescar nas águas transparentes da praia fluvial.

Segundo a lenda que lhe deu o nome, em tempos idos, havia uma mulher que vigiava as paisagens circundantes para a proteção da povoação. Quando avistava o inimigo, fazia soar uma trombeta, reunindo os populares ao “tom della”.

Percorrer o concelho de Tondela é partir à descoberta das origens históricas e dos vestígios arqueológicos que aqui se encontram – como a Estação de Arte Rupestre de Molelinhos, a Estela-Menir de Caparrosa ou a Anta da Arquinha da Moira –, que testemunham a ocupação humana desde tempos pré-históricos.

Pelas ruas da cidade

Somos presenteados com imponentes solares – como o Solar de Vilar ou o Solar de Sant’Ana – e bonitos monumentos, como a Igreja Matriz, a Igreja do Carmo, a Fonte da Sereia ou o Pelourinho, provas vivas do legado histórico e arquitetónico que Tondela tem para oferecer.

Pelo caminho, visitámos o Museu Municipal onde ficámos a saber um pouco mais sobre o passado, o presente e o futuro do território e, depois de passar pela Capela de Nossa Senhora do Campo, seguimos para o Caramulo. Aqui o destaque recai sobre o Museu do Caramulo que alberga uma coleção única de automóveis de luxo, além de uma impressionante coleção de objetos de arte (pintura, escultura, mobiliário, cerâmica e quatro tapeçarias de Tournai), que vão do Antigo Egito até aos artistas de fama mundial como Pablo Picasso, Salvador Dalí ou Vieira da Silva. Também se pode visitar uma exposição com milhares de brinquedos antigos que fará as delícias dos mais pequenos.

De onde vem todo este tesouro histórico?

A resposta vai surpreendê-lo. A localidade do Caramulo nasce em 1921, graças a um médico visionário, Jerónimo de Lacerda que, do nada, criou a maior estância sanatorial do País e da Península Ibérica para tratar pessoas abastadas afetadas com a tuberculose (chegou a ter 19 sanatórios posicionados na encosta para receberem a luz solar). Hoje, a vila do Caramulo, além de arte e cultura, continua a oferecer ar puro, água cristalina e paisagens envoltas num manto verde, deslumbrando todos quantos a visitam.

Trilhos que encantam pelas paisagens naturais

Para quem não resiste a uma boa caminhada no meio da natureza, a serra do Caramulo tem vários trilhos pedestres. Se os passeios em duas rodas são a sua “praia”, aventure-se pela Ecopista do Dão, uma das maiores e mais bonitas ecopistas de Portugal, com uma paisagem natural que vale a pena observar e sentir.

Delícias gastronómicas para provar e repetir

Terra de fortes tradições, Tondela é conhecida pelo artesanato e pelas delícias gastronómicas: da vitela à Lafões ao cabrito assado no forno até à doçaria – mulinho do Caramulo, morgado do Buçaco e pudim de queijo da serra –, provámos, aprovámos e prometemos repetir. Para a viagem, levámos o “ouro da montanha” – assim é conhecido o mel do Caramulo.

Quase 200 quilómetros percorridos pela Estrada Nacional 2, registamos mais dois carimbos no passaporte e seguem-se novas aventuras no horizonte. Ainda no centro do País, estamos prontos para descobrir Santa Comba Dão, Mortágua e Penacova. Esperamos por si no próximo episódio.